História


ICOARACI...

Todas as fotos dessa postagem: Nayara Rocha, Luci Azevedo e Sara Rodrigues.
    
Ao passearmos por Icoaraci descobrimos que segundo alguns pesquisadores, Icoaraci significa "de frente para o sol", “onde o sol repousa”. Entretanto, em pesquisas mais densas como a do historiador José Valente, na obra intitulada "Sinopse de Icoaraci", esta palavra significa na língua Tupi-Guarani "Mãe de todas as águas" (Icoara=águas e ci=mãe). Diz valente que em 1943, o interventor Magalhães Barata contratou o filólogo (estudioso em línguas) Jorge Urley para que escolhesse uma nova denominação para a então Vila de Pinheiro. Urley em visita "in loco", constatou os margeamentos da baia do Guajará e furo do Maguari e a grande quantidade de igarapés e riachos cortando a Vila em todas as direções.

A história de Icoaraci é contemporânea à história da fundação de Belém do Pará, quando a expedição de Francisco Caldeira Castelo Branco, fundador de nossa capital, em 1616, desembarcaram numa ponta de terra entre os rios Guajará e Maguari, e na ocasião a designaram de "Ponta do Mel" pela presença de inúmeros favos encontrados no local. No final do mesmo século, o XVII, Sebastião Gomes de Souza lá se instalou com a intenção de implantar um engenho. Em 1701, Sebastião requereu a Carta de Sesmaria ao Governador, na época, da Província do Maranhão e do Grão-Pará quando teve confirmada a concessão das terras pelo Rei de Portugal, D. Pedro II, nascendo assim a Fazenda Pinheiro.
Comprada, em 1762, por Antônio Gomes do Amaral, a Fazenda Pinheiro foi após seu falecimento doada ao Convento de Nossa Senhora do Monte Carmo quando em 1824 foi empossada pela Ordem dos Frades Carmelitas Calçados e por estes vendida juntamente com a Fazenda Livramento. Nesta área já se tem registros da retirada de argila para as olarias. As terras juntas mediam ¾ de léguas do Igarapé do Paracuri, no Tapanã até o Pontão do Cruzeiro a meia légua (3300m) entrando pelo Furo do Maguari.
         Em 1838, todas as terras foram vendidas ao Presidente da Província do Grão-Pará, General Francisco José D'Andréa que deu início a instalação de um lazareto², a ser administrado pela Santa Casa de Misericórdia. Por inviabilidade, 20 anos depois a Santa Casa devolveu o patrimônio ao Governo que tentou vendê-lo e não conseguindo, arrendou-o durante nove anos ao Sr. Adolfo Klaus.
Em 1861, na Fazenda Pinheiro foi instalada a primeira escola agrícola do Pará, denominada de Escola Rural D. Pedro I, quando poucos anos mais tarde foi transformada em povoado, recebendo a denominação de Santa Izabel, para em 1895, através da Lei nº. 324, do período republicano, o povoado passa à condição de Vila recebendo a denominação de Pinheiro. Em 1943, a então Vila de Pinheiro passou a ser chamada de Icoaraci.
Segundo (Antônio Rocha Penteado, em seu estudo intitulado Belém - Estudo da Geografia Urbana, UFPA, 1968), “A antiga povoação do Pinheiro não escapou a tendência: quarteirões regulares, ruas e travessas largas, originando o clássico plano em tabuleiro de xadrez; o topo aplainado do terraço facilitou a execução desse traçado... para que os foreiros construíssem casas e cultivassem o solo, dando com isso animação e vida ao novo povoado”.
          Prosseguindo com a narrativa de Penteado (1968) julgamos interessante mencionarmos a transformação de Icoaraci neste tabuleiro de xadrez, onde lemos: “foram demarcados e divididos oito quarteirões com 90 braças cada um, em frente ao rio Guajará, e seis em frente ao furo (rio) do Maguari, cortado por dezesseis ruas com 10 braças de largura cada uma e duas amplas praças no interior da povoação. Das 16 ruas, 7 são paralelas ao rio Guajará” Feito isto, o Cônego Siqueira Mendes que exercia então o cargo de Presidente da Província  foi designado para dar nomes aos arruamentos.
            A primeira rua por unanimidade recebeu o nome de Siqueira Mendes; a segunda rua de 28 de Novembro; a terceira por 08 de outubro; a quarta de 07 de setembro; a quinta recebeu o nome de 15 de Agosto, a sexta rua 25 de Março e por fim a sétima rua denominou-se de Santa Izabel, porém todas são mais conhecidas pelas suas numerações.
 As ruas secundárias (travessas) foram nomeadas também, onde a primeira rua recebeu o nome de Cruzeiro; a segunda de Pimenta Bueno; a terceira Cristóvão Colombo; a quarta São Roque; a quinta Itaborahy; a sexta rua Sousa Franco; a sétima  do Berredo e a oitava dos Andradas e por fim a nona rua denominou-se da Soledade. Atualmente as ruas de Icoaraci recebem as seguintes nomeações Siqueira Mendes, Manoel Barata, Padre Júlio Maria, 15 de Agosto, Coronel Juvêncio Sarmento, Santa Izabel, e 2 de Dezembro. Porém as ruas secundárias não obtiveram alterações em suas nomeações. Sendo assim seu núcleo é baseado em forma de tabuleiro de xadrez, sendo chamadas popularmente de 1ª, 2ª, 3ª rua. 
Icoaraci também se destaca pelo seu belo artesanato em cerâmica marajoara, e como pioneiro nessa arte Mestre Cardoso que entre outras personalidades artisticas que tem como objetivo fomentar a cultura regional.


Sua orla é banhada pela Baia de Guajará, onde os turistas degustam uma variedade de comidas tipicas, tendo destaque para a caldeirada com frutos dos rios amazônicos e uma deliciosa água de côco.







 O Distrito de Icoaraci localiza-se aproximadamente a 20 km da cidade de Belém, possui em média 300 mil habitantes, sua rede de transportes atualmente é suprida por uma variedade de coletivos e microônibus, se destaca por apresentar como base uma economia industrial, encontrada na pesca, madereiras, olarias, etc.
     
                                
                  Peças produzidas pelo Mestre Rosemiro